COM MESA REDONDA E TRÊS GRANDES NOMES DA ENGENHARIA CARTOGRÁFICA, O 3º TECABEC FOI UM SUCESSO
31-03-2022 21:43
Aconteceu no último dia 29 de março a terceira edição do ciclo de palestras online TECABEC. Um evento realizado pela ABEC-PR (Associação dos Engenheiros Cartógrafos do Paraná) e CREA-PR (Conselho Regional de Engenharia e Agronomia do Paraná) a fim de trazer conhecimento e criar uma rede de networking entre associados e profissionais da área da engenharia cartográfica e de agrimensura.
Com o tema “Quais demandas da Indústria 4.0 para a Cartografia” – Atualização do engenheiro cartógrafo e agrimensor, o ciclo contou com a abertura, por meio de vídeo, do Presidente do CREA-PR, Ricardo Rocha Oliveira, que ressaltou o apoio as entidades de classe no uso dos recursos para aperfeiçoamento técnico e cultural dos profissionais.
Além disso, os participantes puderam acompanhar na prática algumas dicas dadas pela colabora do CREA Cristiane Werneck para o preenchimento da ART. Explorando os campos a serem preenchidos como dados da obra, contratante, profissional, atestado de capacidade técnica, dentre outros.
A primeira palestra da noite foi com o arquiteto urbanista pela UFRGS e mestre em planejamento territorial, Guilherme Iablonovski, abordando o tema “Representação de Dados 3D em Ambiente Web”.
“Nos últimos anos, os dados 3D estão cada vez mais presentes nos projetos. Várias capitais e as principais cidades do Brasil já estão aderindo a projetos 3D, realizando algum tipo de levantamento”, disse.
Guilherme trouxe exemplos de como ir além das nuvens de pontos 3D, deixando softwares dedicados e integrados ao GIS. Destacou também a importância dos dados multidimensionais, tridimensionais que não representam só o básico, a geometria no espaço, mas podem mostrar coisas no eixo do tempo também. Além disso, o palestrante falou sobre os chamados rasters multidimensionais, cubos multidimensionais ou cubo espaço-tempo, que é um formato recente, parecido com criação de mosaico, que processa uma quantidade de dados muito maior.
Outro ponto importante destacado no TECABEC foi a utilização de dados espaciais 3D para simular planos diretores, deixando os processos mais fáceis, entendendo os impactos de cada decisão através dos dados.
Complementando o assunto, a engenheira cartógrafa e professora da Universidade Federal do Paraná (UFPR) Silvana Camboim, falou sobre Inteligência Artificial, Deep Learning e Cartografia Digital.
Ela começou mostrando a evolução da indústria 4.0, desde a indústria 1.0, no final do século 18, até os dias de hoje. “A terceira revolução industrial já trouxe vários aspectos tecnológicos, já começou a mostrar a cartografia digital, tecnologias de posicionamento. Na indústria 4.0, o mapeamento colaborativo começou em 2004, com imagens de satélite com resolução maiores, até a tecnologia atual”, diz.
A palestrante destaca a necessidade de análise de dados multitemporais. “Hoje ninguém quer mais nada que estanque, o mundo muda rápido. Vivemos hoje numa época de muitos desafios, desde aquecimento global, inundações, pandemia, desastres naturais, etc. Assim, a informação geográfica aberta, se torna ainda mais essencial. Com toda evolução de obtenção de dados, eles já não são mais o “gargalo” do segmento. Isso torna nosso papel e também uma oportunidade como engenheiro cartógrafo, ajudar em dar sentido a toda essa informação disponível”, explica.
Outro ponto importante é lembrar que a visão geoespacial se torna essencial para indústria 4.0. “Cada vez temos mais ferramentas e dados abertos, é muito importante a capacitação profissional para utilizar essa tecnologia a favor da nossa profissão. O foco de tudo é o usuário. Nosso trabalho é enorme, mas é um trabalho do intermediário, temos que ter foco na atividade final, gerando informações para que as coisas possam acontecer”, finaliza Silvana.
Finalizando o ciclo de palestras, a engenheira cartógrafa Claudia Robbi que também é mestre em ciências geodésicas, falou sobre Cartografia Temática e Websig’S.
Claudia mostrou exemplos práticos da área, ressaltando alguns fatos que marcaram grandes saltos de conhecimento cientifico e desenvolvimento tecnológico em cartografia, principalmente da segunda metade do século XX para cá.
“Atualmente estamos testemunhando uma evolução tecnológica tão rápida que precisamos estar sempre atentos e atualizados. Hoje a tecnologia digital exige que se conheça muito bem os produtos e diferenças nos processos de produção e tudo isso exige cada vez mais pesquisas dos profissionais da área”, conclui.
Ao final, os convidados abriram espaço para uma mesa redonda a fim de trocar experiências e tirar dúvidas dos participantes. O evento está gravado e disponível no link: https://youtu.be/XXQKRW4V9WE.
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